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Apenas o blog de um cara louco e cheio de ideias, tentando um pouco da sua atenção. Um lugar aonde você encontra assuntos abordados de uma maneira simples, rápida e de fácil compreensão. Está esperando o que para começar a ler?


O Segredo das Arvores (Parte 1)


Título: O Segredo das Árvores
Gênero: Suspense

A lua estava imensa, imponente no céu, iluminando toda a pequena cidade de Alvorada naquela noite, os pássaros noturnos estavam todos cantando, os namorados se embrenhavam pelos bosques para ter um momento à sós, as crianças eram acalentadas pela suave brisa que pousava pela cidade.
Alvorada era tudo o que se podia dizer sobre uma cidadezinha do interior: calma, sem muito o que fazer ou o que ver, mas tudo isso estava prestes a mudar naquela noite, pois no meio da noite silenciosa um grito rasgou a cidade de canto a canto, acordando todos os cidadãos.
O policial que estava cochilando dentro do carro começou a percorrer a cidade procurando de onde viera o grito. As mães tentavam consolar seus filhos que acordavam. Enfim, em dez minutos todos estavam na rua se perguntado o que tinha acontecido.
-Você ouviu também?- perguntou Pedro se pendurando na cerca de casa para falar com a vizinha, Ana.
-Claro, quem que não ouviu aquilo?- a moça respondeu- Foi terrível, foi um grito de desespero, me gelou até a alma.
-É... quem será que gritou?
-Não sei, mas foi uma mulher.
Um burburinho tomou conta das ruas, todos queriam informações sobre aquele som terrível. 
-É um fantasma!- uns diziam.
-Não, deve ser o demônio- outros respondiam, mas ninguém tinha a resposta.
De repente a conversa foi interrompida por um segundo grito idêntico ao anterior. Mas desta vez as vozes na rua soaram como um eco.Os homens então resolveram entrar em casa, pegar suas armas e foram e direção à floresta que cercava a cidade, algumas crianças tentaram acompanhar os pais, mas foram severamente impedidos pelas mães que além disso tentavam deter seus maridos, mas foram esforços em vão.
Ninguém dormiu aquela noite, todos ficaram acordados esperando o retorno da equipe de busca, que por sua vez se embrenhou na floresta e voltou sem respostas. A equipe não havia encontrado nada, nenhuma pista que indicasse um ataque ou mesmo a passada de alguma pessoa ali. Aparentemente não tinha acontecido nada ali.

***

Segunda-feira, assim que chegou na escola, Ana percebeu que todos ainda falavam do incidente na noite anterior, ela já havia se cansado desse assunto, escutara os mais velhos contando lendas macabras a noite toda, acordara cansada de ouvir falar de vampiros, chupa-cabras, mulas-sem-cabeça, enfim, para Ana aquela história já tinha acabado. Ana estava se direcionando para sala quando Pedro a deteu.
-Você soube?- ele disse.
-Soube do que?
-A professora Tânia, ela não veio hoje!
-E daí? Nós não temos aula com ela.
-Mas é que o namorado dela foi na casa dela ontem ver se estava tudo bem por causa da bagunça e ela não estava lá, ele esperou até de manhã e ela não voltou para casa!
-E o que isso tem de interessante?
-Pode ter sido ela que gritou ontem!
-Ok Pedro, eu estou cansada desse assunto.
-Por que?
-Por que sim, agora se não se importa, eu tenho aula de Física agora.
Pedro se afastou e deixou a amiga passar.
Ana sabia que tinha sido um pouco impaciente, mas é que ela não suportava toda essa especulação inútil. Na verdade a questão é que ela não via a hora de se mudar daquela cidade, Alvorada era pacata de mais para ela, ela queria algo maior, uma capital por exemplo, mas para isso teria que concluir os estudos, que era a única coisa que prendia seus pés em Alvorada, bem, quase a única coisa. Ana namorava Carlos à mais ou menos três meses, ela o amava verdadeiramente, e ele a amava também, mas Ana sabia que não estava nos planos de seu amante sair da cidade, ali ele tinha de tudo.
Os pais de Carlos eram donos do único posto de gasolina da cidade, não rendia muito dinheiro, mas para o nível da cidade a família era rica. Mas apesar de toda essa riqueza a família de Carlos não era feliz, isso porque o irmão mais velho de Carlos era extremamente doente, motivo pelo qual os dois eram muito unidos, a família nunca revelou qual era a doença a ninguém, mas toda vez que se perguntava pelo menino a resposta era  sempre a mesma:
-Ele está muito mal, muito mal.
Carlos era o guardião de seu irmão, cuidava dele todos os dias, ele era um segundo pai para o irmão. Os dois conversavam por horas brincavam, passeavam juntos, eram como irmãos gêmeos. No meio dessa história Ana sentia um pouco de inveja, que ela sabia que era inútil e desnecessária, mas sentia uma raiva quando queria sair e Carlos tinha que ficar com o irmão, ou quando estavam à sós e eram interrompidos pelo irmão, enfim Ana tinha uma pequena antipatia por Fred, o irmão mais velho e doente de Carlos.
Ana assistiu a aula aquele dia e ao sair da escola foi correndo para a casa de Carlos, ao chegar lá foi recebida por ele, mas ao invés do sorriso de sempre que ele tinha quando a via ele estava com uma expressão séria no rosto.
-O que aconteceu?- peguntou Ana.
-O Fred piorou- o rapaz respondeu.
-Ah, que pena. Eu vim aqui para te perguntar se você queria ir lá em casa hoje, mas pelo visto não vai dar.
-É, meio que as coisas estão ruins aqui em casa.
-Tá bom fica para outro dia- Ana respondeu dando meia-volta para ir embora, quando Carlos pegou no seu braço.
-Você não vai entrar?
-Não eu não posso, eu combinei com o Pedro de fazer um trabalho na casa dele.
-Ah, o Pedro...
Carlos era o tipo de rapaz ciumento muito comum nos dias de hoje, e o nome de Pedro lhe dava raiva só de ser pronunciado. Ana sabia que aquilo era inútil, já que ela só via Pedro como um amigo e tinha certeza que o rapaz sentia o mesmo por ela.
-Olha se for para começar com isso- a moça falou.
-Tá ok, tudo bem, eu passo na sua casa mais tarde.
-Mas você não tava ocupado.
-Mas não tanto assim- disse o rapaz colando seus lábios no dela.

***

Ana tinha acabado de fazer o trabalho e estava saindo da casa de Pedro quando aconteceu. Pedro a puxou pelo braço e disse:
-Ana, eu sei que esse é o último ano de escola e que você vai embora daqui ano que vem... então eu queria te dizer uma coisa.
-O que?- perguntou Ana.
Pedro puxou Ana pela cintura e beijou, assim que Ana se deu conta do que estava acontecendo ela empurrou o rapaz para trás, uma raiva terrível pousou sobre os seus ombros, ela o xingou, chegou a dar um soco no rapaz e saiu da frente da casa dele.
Agora Ana estava arrependida, aquela era a segunda vez do dia que tinha sido grosseira com seu amigo, mas pelo menos dessa vez ela sabia que tinha que não fora culpa dela, mas mesmo assim sentia um pouco de culpa. "Amanhã de manhã" ela pensou "amanhã de manhã eu resolvo isso".
Na rua o silêncio da noite era novamente interrompido por passos que direcionavam à casa de Ana, era Carlos, ele viu tudo o que acontecera, ele faria Pedro pagar por aquilo.

***

Na terça-feira de manhã Ana foi para a escola com a intensão de falar com Pedro, mas ele não estava lá, foi à casa dos pais deles, e ele também não estava lá. Esperou o dia todo para ver se conseguia se encontrar com ele, mas não havia pista nenhuma do paradeiro do rapaz.
E foi assim na quarta, na quinta, na terça, na sexta, no sábado... e nada de Pedro dar o ar da graça. Mas havia outra coisa que incomodava Ana: Carlos, ele não atendera seus telefonemas nos últimos dias, ela sentia medo de que seu namorado por um terrível acaso tivesse visto o que acontecera e tentado se vingar.

***

Um mês se passou, a cidade de Alvorada teve sua população diminuída, desaparecimentos começaram a acontecer, as famílias começaram a ficar com medo e se mudaram para outras cidades. A colorida e clara Alvorada se tornou cinza.
Por mais que todos estivessem sofrendo com desaparecimentos Ana era a que mais sentia por isso, seu namorado, seu melhor amigo e alguns conhecidos estavam desaparecendo e Ana não podia fazer nada, ou melhor quase nada, nos último mês Ana deu uma detetive e começou a investigar os desaparecimentos, mas não encontrara nada, todas as pessoas desapareciam sem deixar rastros, mas algo dizia a ela que se ela tentasse ela conseguiria algo. E conseguiu. 
Tudo começou numa noite escura, Ana voltava para casa, estava na casa de seu ex cuidando de Fred à pedido da família, quando ao longe avistou uma pessoa, a rua estava vazia os dois eram as únicas pessoas fora de casa naquela hora, e o estranho começou a correr em sua direção, ela deu uma volta sobre os calcanhares e tentou correr, mas antes que desse o primeiro passo o estranho já estava à sua frente, então mais de perto Ana pode ver que era Pedro que estava na sua frente, com as roupas rasgadas, sangrando ele sussurrou em seu ouvido:
-Me ajude, vá à floresta amanhã à noite.
Ana não entendera aquilo, ela tentou perguntar alguma coisa, mas Pedro já desaparecera nas sombras.

Continua...

2 comentários:

  1. Bem intrigante, fico imaginando o que vem a ser esse misterio e o que mais chama a atenção é o Pedro que voltou machucado e ainda diz para Ana ir até a floresta, sei lá isso não me parece coisa boa! Algo de ruim deve ter lá, mas vou esperar para ver no que dá!

    Bjs

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